Ferramentas de Gestão são Boas, Mas Sem um Aprendizado Anterior, Pouco Servem

Sempre vejo um certo exagero na busca por conhecimento acelerado sobre empreendedorismo, como se acúmulo de teoria fosse tudo. Veja, não falo para deixar de buscar, na verdade, como professor, acredito na  importância do saber.

Mesmo assim, faço uma ressalva, muito conhecimento sem prática, de pouco adianta. Vou usar um exemplo: todos nos falam que para organizar a vida do empreendedor devemos seguir os passos que os grandes seguiram, será? Ai me vem a pergunta, eles começaram assim ou foi a trajetória que levaram eles a fazer com fizeram?

Ferramentas de gestão – Quando começar a usar?

Aqui falo sobre ERP e CRM, digo são ótimos, mas para um determinado ponto de sua vida empreendedora, não nos primeiros 3 anos, a não ser que sua empresa tenha explodido no lançamento e requer mais preparo,  mesmo assim, vai ter que contratar alguém que saiba manusear essas ferramentas.

Vamos lá, para nossa vida normal de empreendedor, quando iniciamos um negócio ou ainda no seu primeiro ano, precisamos mais de organização básica do que de grandes ferramentas.

Este é o óbvio que precisa ser dito, pois recebo várias consultas de quem tem alguns meses de vida perguntando sobre  quais as ferramentas eu recomendo usar para gestão. Não cometa este erro.

O que a gente precisa mesmo é organizar bem a ideia, ter algo que me possibilite executar e controlar, nada muito cheio de sofisticação, mas que permita uma curva de aprendizado. No estágio 1, na fase inicial ou ainda no primeiro ano, recomendo o seguinte:

Tenha o controle da execução por um plano de ação, venda muito, passe boa parte do seu tempo vendendo e outra entregando, através de  um plano de ação que possibilite controlar, de forma simples, as vendas.

Ou seja, controle as quantidades vendidas, crie uma meta de equilíbrio, aqui não precisa de muitos controles, simplesmente alimente suas vendas em quantidades por produto/serviço. Tenha um fluxo de caixa para controle, que tenha no máximo três estruturas:

  1. a) Receita (quantidades x preços),
  2. b) tributação e,
  3. c) Custos e despesas (gastos para entregar o produto). Neste tipo de controle esqueçam os tipo dos custos e despesas, somente mensure os resultados, tenha controle sobre isso. Quando estiver negativo, olhe para seu plano de ação e descubra o que tem errado.

Faça medições básicas dos resultados, coisa simples, nada de indicadores que neste momento não tem nada a ver. Saiba o seu ticket médio (valor da receita dividido por quantidades), o custo por cliente (custo/despesas totais divididos pela quantidade vendida) –  olhe para o decorrer da semana um comparativo de quantidades  vendidas por produto/serviço, assim conseguirá refletir sobre o que realmente acontece com sua abordagem e conversão.

Vejam que são três ferramentas simples, nada de complexidade, para que você faça uma curva de aprendizado. Quando isso já não for mais o suficiente, suba um degrau na complexidade, mas faça isso de forma consistente e com clareza, pois o que mais vejo são empreendedores querendo pular etapas no aprendizado e quebrando a cara, além de incorrer em custos desnecessários com ferramentas que não vão usa nem 1% da capacidade dela.

Vamo que vamo!

 

Por Nelson Naibert